“O suicida não é covarde, apenas não encontrou outro modo pra
matar uma dor que o matava todos os dias.” (Sean
Wilhelm)
Subiu
para cinco, neste ano, o número de pastores que se suicidaram nos últimos dois
anos no Brasil. Um desastre ministerial contemporâneo.
Esse
indicador é triste e preocupante em vista de que nos EUA e Europa tal prática
vem sendo costumeira infelizmente com moderada repercussão.
Existem
vários episódios bíblicos onde os personagens desejaram ou consumaram a própria
morte por variados motivos. Depressão, fracasso na missão, isolamento, decepção
espiritual, desobediência, enfermidade, desprezo sofrido, entre outros, há na Bíblia
personagens famosos que recorreram a esse recurso final. Entre tantos, vemos Moisés,
Jó, Saul, Davi, Jeremias, Judas e inclusive comunidades inteiras. Nem todos
alcançaram o objetivo pelos equívocos de seus motivos ou por intervenções divinas.
Hoje
em dia, do sucesso à solidão, passando pela incompreensão generalizada. Esses
homens precisam de um Apóstolo Paulo
que oriente um Bispo Timóteo em suas
fraquezas e contradições com muito amo e carinho.
O Viver
Sem Crer de Dietrich Bonhöffer, teólogo mártir do nazismo, captou esta
experiência, aconselhando-nos a viver “como se Deus não existisse” (etsi Deus non daretur). Mas vivendo no
amor, no serviço aos demais e no cultivo da solidariedade e do cuidado
essencial. Pois esses são os valores sob os quais Deus se esconde. Quem os
vive, mesmo sem o saber, está em Deus.
Muitos pastores sabem que não estão fazendo o que Jesus quer, mas o que as pessoas da
igreja gostam para este tempo e os outros elogiam. Continuam fazendo seus
rituais copiados sob pena de morte espiritual, moral, popular, familiar e
física próprias.
'Sucesso
a qualquer preço' é muito caro, mais
cedo ou mais tarde. A conta sempre chega para ser paga. Muitas vezes silenciosa
e mortal. Discutir o destino desses pastores suicidas é o mesmo que tampar o
com a peneira. Despistar para o temático os aspectos existenciais mais
profundos.
Não
resolve. Somos um só Corpo em Cristo.
Cooptações
de ovelhas e líderes tem sim um preço de longo prazo. Um peso sempre negado e
nunca evitado. Nossa Seitzgeist infeliz.
Quando
um morre, parte de nós morre também nessa hora, mas seu legado insepulto é uma
voz que não cala.
Não
adianta racionalizar.
Voltemos
ao Evangelho de Mateus 5, 6 e 7 com humildade.
Quem
irá nesse destino chamado Evangelho, ou seja, SER IGUAL A CRISTO. Não parece ser moda religiosa vigente. O
negócio é prosperar e aparecer a qualquer preço. Preço de sangue. Então, todos
mortos por um.
E a
Bíblia diz:
"Lembre disto: nos últimos
dias haverá tempos difíceis. Pois muitos serão egoístas, avarentos, orgulhosos,
vaidosos, xingadores, ingratos, desobedientes aos seus pais e não terão
respeito pela religião. Não terão amor pelos outros e serão duros,
caluniadores, incapazes de se controlarem, violentos e inimigos do bem. Serão
traidores, atrevidos e cheios de orgulho. Amarão mais os prazeres do que a
Deus; parecerão ser seguidores da nossa religião, mas com as suas ações negarão
o verdadeiro poder dela. Fique longe dessa gente! (
2 Timóteo 3:1-5)
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