⛑️Elias Ventura era a voz que ecoava nos comícios, o punho erguido na vanguarda das marchas. Sua retórica, afiada e apaixonada, pintava um futuro de igualdade, justiça social e emancipação popular. Jovem, carismático e de um inegável pensamento progressista e de esquerda, Elias falava a língua dos despossuídos, a indignação dos oprimidos. Ele ascendeu impulsionado pela esperança genuína de uma geração que acreditava ser possível desmantelar as estruturas de poder que, segundo ele, esmagavam o povo. Sua vitória eleitoral, celebrada com euforia, parecia o prenúncio de uma nova era.✌🏾O Palácio, contudo, não era o palco que ele imaginara, mas sim um cadinho de tentações e um espelho distorcido da realidade. A caneta que assinava decretos revelou-se mais pesada que o megafone da militância. O idealismo de Elias começou a se fragmentar diante do pragmatismo cínico do poder absoluto. A transformação foi sutil a princípio, quase imperceptível para os seus fiéis.👑
A primeira rachadura surgiu na forma de "acordos necessários".👀 As alianças outrora repudiadas tornaram-se "instrumentos táticos".👀 A máquina governamental, que ele prometera purificar, tornou-se o meio para um fim mais pessoal: a perpetuação no comando.👀
Elias Ventura, o paladino da verdade, metamorfoseou-se em um mestre da manipulação.🦑 Sua comunicação se sofisticou em um emaranhado de mentiras estratégicas e meias-verdades.👀 Projetos sociais grandiosos eram anunciados com estardalhaço, mas careciam de substância, servindo apenas como cortinas de fumaça para desviar o foco da gestão fiscal. Ele dominava a arte de iludir com falsos projetos de impacto, prometendo o céu enquanto entregava uma nuvem de fumaça.🎩
💸A corrupção sob Elias não era a pilhagem bruta do passado, mas um sistema engenhoso, quase invisível. Ele roubava o povo de modo estratégico e sagaz, valendo-se de licitações complexas, desvios de verbas em contratos terceirizados e o financiamento secreto de aliados. O dinheiro público esvaía-se em um labirinto burocrático, deixando um rastro de miséria maquiada por estatísticas oficiais otimistas. O ex-idealista havia aprendido a lição mais nefasta do poder: a melhor forma de roubar é fazendo-o legalmente ou parecendo que está.😖
Entretanto, o toque de mestre na performance de Elias era sua eterna e impecável vitimização. A cada denúncia, a cada crise fabricada por sua própria gestão, ele subia ao púlpito com ares de mártir. Ele se apresentava como o herói solitário, cercado e perseguido implacavelmente pelos "poderosos de sempre", a "elite reacionária", a "mídia golpista". 😡
"Eles não me perdoam por eu governar para os pobres!", clamava ele, com a voz embargada, enquanto desviava milhões destinados à saúde e educação.🤨
O povo, confuso e desorientado, dividido entre a memória do Elias idealista e a evidência fria de sua traição, hesitava. Muitos, presos ao mito que ele havia construído e à narrativa da perseguição, permaneciam leais.😒
Elias Ventura, o Ícaro moderno, não caiu por voar perto demais do sol, mas por ter se apaixonado pela sombra do Palácio. Sua jornada é o conto amargo de como um ideal nobre, ao se deparar com a tentação do poder irrestrito, pode degenerar na forma mais sofisticada e traiçoeira de tirania: aquela que se veste de libertação. A revolução, afinal, não havia chegado; apenas trocara de máscara.
É a Bíblia diz:
+Ivo Nogueira✍🏾
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