1. A Herança Batista e a Liberdade de Consciência
A história batista é marcada pela luta pela liberdade religiosa, defendendo que a fé é uma questão de convicção pessoal e, portanto, a consciência deve ser livre de qualquer jugo, seja ele eclesiástico ou estatal. Quando um pastor, como o Pr. Sergio Dusilek, expressa uma opinião política - ainda que impopular para parte de sua comunidade, ele está exercendo uma liberdade que foi duramente conquistada pelos primeiros batistas, que sofreram perseguição por defenderem o direito de crer e se manifestar de acordo com a própria consciência. O respeito a essa liberdade é fundamental para a manutenção da vitalidade democrática, inclusive dentro da própria igreja.
"Ora, o Senhor é o Espírito e, onde está o Espírito do Senhor, ali há liberdade." (2 Coríntios 3:17)
2. O Respeito à Pluralidade de Opiniões no Corpo de Cristo
O corpo de Cristo, a Igreja, é composto por membros com dons, vocações e, inevitavelmente, visões de mundo e posicionamentos políticos diversos. A Bíblia adverte contra o julgamento e a contenda por "dúvidas" ou questões de preferência que não atingem a essência da fé cristã. O Evangelho é inclusivo, pregado a todas as pessoas, e a unidade que o Senhor Jesus deseja não se baseia na uniformidade partidária, mas sim no amor e na aceitação mútua. As divergências políticas do Pr. Dusilek, ou de qualquer outro crente, devem ser vistas sob a ótica da pluralidade da fé, onde a essência é Cristo, e não a afiliação ideológica. O ataque sofrido, que ele associa à defesa de um determinado candidato, revela uma perigosa confusão entre o Reino de Deus e reinos passageiros.
"Quem és tu que julgas o servo alheio? Para seu próprio Senhor ele está em pé ou cai; mas estará firme, porque poderoso é Deus para o firmar." (Romanos 14:4) e "Assim que não nos julguemos mais uns aos outros; antes, seja o vosso propósito não pôr tropeço ou escândalo ao irmão." (Romanos 14:13)
3. A Pregação Inclusiva do Evangelho e o Reino Acima da Política
O Evangelho de Jesus Cristo é uma mensagem de reconciliação, justiça e paz que transcende qualquer palanque ou sigla partidária. A pregação inclusiva não significa apenas pregar a salvação, mas também acolher e amar a todos - independentemente de cor, credo ou orientação política - e zelar pela justiça social, como o Pr. Dusilek parece advogar em suas manifestações. É uma distorção do Evangelho utilizar a fé para polarizar, condenar ou afastar aqueles que optam por caminhos diferentes no espectro político. O Reino de Deus deve ser a prioridade absoluta, colocando a tolerância em amor cristão acima de qualquer gosto ou posicionamento pessoal.
"Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não useis, então, da liberdade para dar ocasião à carne, mas servi-vos uns aos outros pelo amor." (Gálatas 5:13)
Conclusão: Um Convite à Reconciliação
Em face dos ataques e da polarização, o convite que a Palavra de Deus nos faz é à reconciliação e à pacificação. O Senhor Jesus não nos chamou para a divisão, mas para a unidade em Seu nome. Que a Igreja se lembre de sua missão primordial: pregar o amor de Cristo e não o ódio político. O que une os crentes é infinitamente mais importante do que aquilo que os separa no cenário eleitoral. Que o Pr. Sergio Dusilek, e todos os que se sentem atacados por suas convicções, encontrem conforto na certeza de que a fidelidade final é ao Reino de Deus, e que todos possamos viver o mandamento supremo:
"Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra." (Romanos 12:10)
Que a tolerância, o respeito mútuo e o amor fraternal prevaleçam, honrando a histórica defesa da liberdade batista e, acima de tudo, o nome de Cristo.
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